quarta-feira, abril 29, 2009

Mr. Klum in Austin


Acabei de chegar do show do Seal. Ele que é casado com a Heidi Klum, que acabou de anunciar que está grávida do quarto filho. O cara parece que não é bom só em música. Tá certo que o primeiro não é dele, é do Flavio Briatore (aquele da F-1), mas pai é quem cria.

O artista que abriu o show chama-se Peter Cincotti. É um pianista que começou no jazz e agora tem umas composições próprias bem pop. O cara toca muito bem, tem apenas 26 anos, e a banda também é muito boa, apesar de não ter guitarrista. São um baixista, um baterista e um tecladista, além de Peter no piano. Tem umas musiquinhas bem interessantes, só que a voz do cara é muito normal, se é que me faço entender. Afinada e tal, mas normal demais. Ainda mais contrastando com a do Seal...

O Seal acabou de lançar um álbum chamado Soul, onde ele canta clássicos do gênero, como Knock On Wood e I Can't Stand The Rain. É a turnê desse disco, então ele misturou estas músicas com os seus próprios sucessos. Era num teatro da Universidade do Texas, ambiente bem sério, mas na segunda música o cara já mandou todo mundo levantar e foi uma festa.

O problema foi o som da banda. Ou talvez o mix. O que acontece é que o Seal, não sei se para economizar ou para dar menos trabalho, só tem quatro pessoas na banda: ele, um baixista, um guitarrista e um baterista. O baixista também tocava um teclado Roland Fantom G8, e o guitarrista disparava várias coisas de um teclado e dois MacBooks. Com uma banda pequena, tinha MUITA coisa sequenciada. Se você é familiarizado com o som do Seal sabe que tem um monte de teclados, percussões, sequências, metais, etc. E aí o pecado: o mix colocava o que era gravado muito na frente, e o que era tocado bem lá embaixo. A batera se ouvia mais ou menos, até porque eu estava consideravelmente perto do palco, mas o baixo estava todo indefinido, só se sentia o subgrave, e a guitarra quase nada, bem bem baixinho. Ficava até ridículo pois o baixista era daqueles tipos que agita um monte no palco, e vinha pra frente, olhava pra galera, tocava um monte de riffs, etc, mas ninguém ouvia nada. O guitarrista usava uma Line 6 Variax 700 e uma semi acústica que não consegui identificar. Teve músicas que eu fiquei muito desapontado, pois só se ouvia o som pré-sequenciado e a banda ali dançando.

A voz do cara é espetacular, e ele é muito simpático. O povo aqui de Austin é meio sem noção, e ele chegou a tirar um sarro. Ele ia falando as coisas e o povo ia "uuuhuuu". Daí ele parou e perguntou: "Por que vocês estão fazendo uhuuu pra tudo? Se eu disser 'aqui está o microfone' vocês vão 'uhuuuu'?". Ele tocou é claro os principais clássicos como The Beginning, Crazy, Kiss From A Rose, Future Love Paradise, Killer e Prayer For The Dying. Fiquei triste que Don't Cry não foi tocada inteira, só um pedaço. Todas as músicas em arranjos bem similares aos que estamos acostumados a ouvir, o que agradou a todos. E as músicas do disco novo eram conhecidas do público americano. No Brasil talvez a excitação com estas não fosse tão grande.

Ele fechou o show com People Get Ready, uma mensagem muito bonita escrita por Curtis Mayfield e gravada por Deus e todo o mundo, incluindo Ed Motta e Oficina G3 do Brasil. A versão que eu lembro bem é a de Rod Stewart e Jeff Beck.

Valeu a pena o show, música de alta qualidade. Pena que perdi o Cake que era no mesmo dia, mas ainda não desenvolvi a técnica de estar em dois lugares ao mesmo tempo... E quinta tem Fleetwood Mac!

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