domingo, agosto 05, 2007

Dream Theater em Austin


Pois é, finalmente vi o Dream Theater ao vivo. Tem gente que não gosta dos vocais do LaBrie. Eu particularmente acho que ele não aguenta mais cantar um monte de coisas que cantava. Ele usa alguns artifícios para alcançar as notas que eu não gosto, como por exemplo colocar a língua pra fora. Mas é claro que ninguém vai ver o Dream Theater por causa dele.

Eu parei de acompanhar o Dream Theater de perto lá por 2000, depois do Scenes From A Memory. Hoje, ouvindo toda a discografia, é fácil perceber que a banda vem ficando mais e mais pesada. Tem gente que gosta, tem gente que não. De novo, eu prefiro o que eles fizeram no passado, como Images and Words e Awake. Ainda curto o que eles têm feito hoje em dia, mas em menor intensidade.

O show foi no Backyard, aqui em Austin, mesmo lugar onde já vi Alanis Morrisette, America e ZZ Top. O que eu não gosto é que quando eles fazem lugares reservados, não numeram as filas e as cadeiras, então é um inferno achar o seu lugar. Fui junto com o André Bastos (guitarrista) e um amigo novo, o Ricardo Portela (tecladista). Será que tem uma banda pintando aí?

Chegamos a tempo de perder as duas bandas de abertura. Aliás, quem foi que inventou que a gente precisa de bandas de abertura? Eu não entendo isso, gastam uma baba de dinheiro para adicionar bandas de abertura, levar todo o equipamento dos caras, despesas, têm que tirar uma porcentagem da renda pra elas, e ninguém dá bola. Nos shows sem lugar marcado mesmo, você chega cedo para conseguir um lugar legal, e tem que ficar horas sem ir ao banheiro nem tomar nada, e aguentar um monte de bandas fracas.

O Ricardo já tinha visto o show em Houston na noite anterior, mas não quis contar nada para não estragar as surpresas. Eles mudaram um pouco o set list em relação àquele que eu havia colocado aqui no blog semana passada. E pra pior, pois tiraram Take The Time. Em compensação, só Surrounded já valeu o preço do ingresso. Eles fizeram uma versão muito legal, com uma outra introdução, colocaram o solo de Mother (Pink Floyd), e emendaram com um tema do Marillion (Sugar Mice). O interessante foi que muita gente só percebeu que música era quando James começou a cantar. Isso até aparece num vídeo gravado na Polônia, que tem um som muito bom mas infelizmente corta a parte final com os solos. O polonês se emociona quando James canta "Morning comes too early", chacoalha a câmera, muito engraçado! Veja:



Aqui tem um vídeo feito em Linz, Áustria, que não tem a introdução, mas mostra o resto do arranjo:



O cenário era interessante, tinha um sinal de trânsito verdadeiro pendurado, e várias formigas gigantes espalhadas no palco. Atrás do palco um telão passava vídeos sincronizados com as músicas. O vídeo de The Dark Eternal Night é sensacional, um cartoon. Inclusive eles estavam vendendo uma camiseta com os bonequnhos do desenho, bem legal. Aliás, eles ganham muito dinheiro é com o merchandising. Eles têm uns official bootlegs bem legais, outra hora eu faço um post sobre eles.

A música com a qual eles abriram o show foi Constant Motion, do último disco. O clima dela é meio Metallica. Até é legal para abrir o show, mas não é das minhas preferidas. Aqui vai o set list que o André anotou:

1 - Constant Motion
2 - Strange Dejavu
3 - Blind Faith
4 - Surrounded
5 - Dark Eternal Night
6 - Jordan's Solo
7 - Lines in the Sand
8 - I Walk Beside You
9 - Spirit Carries On
10 - In the Presence of Enemies (I and II)

Encore:
Medley:
1 - Trial of Tears (1.a parte)
2 - Finally Free ( da parte que tem os tiros até o fim)
3 - Learning to live - Intro e solo do meio, nada de voz.
4 - In the name of God (da hora do "Hundreds of believers ..." até o fim)
5 - Octavarium (Ultima parte "We move in circles...")

O som estava impecável. Ficamos mais ou menos na 13a. fila, e ouvíamos tudo com perfeição e volume. Como as músicas são compridas, deu duas horas de show. O André e o Ricardo ficaram tristes pois o show deles costumava ser de três horas. De novo, pra quê bandas de abertura?

Eu não entendo como é que Petrucci nunca erra nenhuma nota. Ele toca há algum tempo com guitarras Music Man e amplificadores Mesa Boogie. Jordan Rudess fez um solo sensacional de teclados, usando um continuum, depois um controlador daqueles tipo guitarra. Sabe o que é um continuum? É um controlador de sons sintetizados, tipo um teclado, mas que não tem teclas. Por isso o nome continuum. O efeito é semelhante a um instrumento de cordas sem fretes. Pode-se tocar melodias sem as quebras entre os tons. Aqui está o verbete na Wikipedia (em inglês):
http://en.wikipedia.org/wiki/Continuum_(instrument)

James dedicou The Spirit Carries On às vítimas do acidente com a ponte em Minnesota. A banda estava muito bem no palco, agitando com a galera que não sentou um minuto. Portnoy surpreendeu quando voltou pro bis usando a camisa do San Antonio Spurs, time de basquete preferido aqui da região. Sua bateria era totalmente transparente. E John Myung, bem, entrou mudo e saiu calado, e gostei muito do som do baixo dele.



Tenho mais fotos, vou fazer um álbum no Picasaweb depois. Agora é aguardar os 20 anos de Images and Words e ver se eles tocam o álbum na íntegra aqui pra gente ver.

Um comentário:

Andre Bastos disse...

Muuuito legal o Blog!
E os comentários do show fêz justiça com o que vimos lá
Valeu muito o ingresso.

Pra quem gosta da banda e já viu outras vezes, sabe que nesse show eles estavam animados novamente, finalmente.
Nas 2 ultimas tours o Petrucci parecia uma múmia e o LaBrie um hipopótamo. Com isso 100% da presença de palco da banda já era.
Nesse show, o LaBrie foi o "dono" do palco. É uma tarefa dificil pois ele é o unico da banda que não é genial, tem perdido a voz com o tempo, e tem que enfrentar temperamentos diferentes, como o Portnoy e Rudess.
Só que dessa vez ele deu conta e bem.
E o Petrucci voltou a olhar para o publico, andar pelo palco, fazer "rock poses", etc...
E, pra nossa surpresa, o Rudess sai lá de trás e vem com o teclado pra frente, fazendo um dueto com o Petrucci na Surrounded. Vixe, essa musica vai ter que aparecer em DVD!!!

Abraço!